O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista nesta quarta-feira, 09 de junho, ao programa Notícias da Boa, da TV Jornal 20.1, apresentado pela jornalista Cinthia Lages. Na ocasião, pontuou a emoção do Brasil ter saído do mapa da fome na sua gestão, direcionando sua atenção para um projeto de reestruturação nacional no pós pandemia, pautado na redução da pobreza, na elevação de oportunidades e investimentos. O petista aponta o compromisso de fazer com que o Nordeste tenha o mesmo desenvolvimento que as demais regiões.
"Confesso que até chorei quando o Brasil saiu do mapa da fome, foi uma das coisas que mais me emocionou em dezembro de 2003, era um sonho que eu tinha. A fome voltou e voltou com mais força, porque eu nunca vi tanta gente nas ruas pedindo esmola, agora temos as pessoas com plaquinha na mão dizendo 'fui empresário, estou sem renda, estou sem comer'; quando ganhei as eleições em 2002 nunca me conformei do Nordeste aparecendo na tv brasileira só porque tinha mais mortalidade, mais evasão escolar, mais desnutrição, mais analfabeto, me deixava muito irritado, eu ficava pensando 'não é possível que nossa região é só miséria, é só desgraça', então eu tinha um compromisso de fé, de fazer que o Nordeste pudesse ser igual a outras regiões do Brasil, por isso investimos muito na região, duvido que na história do Brasil tenha um presidente que investiu no Nordeste como os Governos do PT investiram", afirmou.
O petista enalteceu o crescimento do Piauí, apontando principalmente os resultados promissores da educação, Lula direcionou novamente a necessidade de um olhar para o Nordeste, dando a região o que 'ela merece ter'.
"Por isso que tenho orgulho quando vejo o meu índio, meu índio é o Wellington (Dias), em São Paulo e falar grosso, pois quando aparece as avaliações das escolas no Brasil, os indicadores mostram o Piauí e o Ceará nos primeiros lugares, o que eu quero é que o Nordeste tenha mesmo todas as oportunidades das demais regiões do país, que tenha mais faculdades, que tenha mais emprego, mais investimentos, mais desenvolvimento e isso fazemos criando oportunidades, conversando com os empresários, tendo uma boa relação internacional. Isso que quero fazer para o Brasil inteiro, só que sempre temos que ajudar aquele que está mais fragilizado, mais empobrecido, assim que vou tratar o meu querido Nordeste, dando ao Nordeste o que ele merece ter", frisou.
Wellington na coordenação da campanha
Lula teceu elogios ao governador do Piauí, Wellington Dias (PT), sinalizando que caso seja candidato, ele o auxiliará no comando da campanha. "Certamente o Wellington é um companheiro que vai participar junto com outros governadores, vai participar do comando de campanha, porque não posso abdicar da inteligência do Wellington", disse.
De acordo com o petista, 'é preciso fazer um Brasil com mais solidariedade, mais oportunidade, mais emprego, mais qualidade de vida, e é esse Brasil que vamos fazer com a ajuda do Piauí'.
Lula admitiu uma candidatura em 2022, caso seja necessário para tirar a possibilidade de reeleição do atual líder do Planalto, Jair Bolsonaro (sem partido).
Lula inclusive sinalizou que tem se 'preparado' para 'consertar' o Brasil. De acordo com ele, o país precisa de uma pessoa séria, que respeite o povo brasileiro e que tenha a ciência da necessidade de reduzir as desigualdades. "É preciso voltar a ter duas palavras que são mágicas para quem governa: credibilidade e previsibilidade. Você não governa para você, não governa para um grupo seu, e sim para o povo brasileiro. Eu necessariamente não preciso ser candidato, já fui e já fiz um Governo de maior inclusão social que esse país já viu, agora se for necessário para tirar o Bolsonaro, eu serei candidato, não tenha dúvidas. Tenho 75 anos de idade, estou bem de saúde, bem intelectualmente, tenho que me preparar para consertar as coisas que eles estragaram".
Com os direitos políticos recuperados após a anulação das sentenças do processo do tríplex do Guarujá, o petista pontuou que se for candidato a presidente da República, tem 'a obrigação de fazer mais do que fez'. "Se tiver que confrontar Bolsonaro, assim farei, tomarei como uma missão", frisou.
Copa América
Questionado sobre a Copa América no Brasil, Lula pontuou que o país não deveria ter aceitado ser sede, porém, como houve uma sinalização favorável, o Ministério da Saúde terá que assegurar a segurança sanitária, não somente dentro do campo, mas também fora dele.
"Como cidadão brasileiro eu gostaria que não tívessemos aceitado, já temos muitos jogos no Brasil, mas ele quis trazer para cá pois quer recuperar prestígio. Eu fico preocupado, pois sou fanático por futebol, mas acho desnecessário, mas já que veio é preciso que o pessoal da saúde assuma a responsabilidade. O Brasil não precisava da Copa América, porque ela não acrescenta nada ao país".
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