Cinco pessoas, a maioria profissionais de saúde, foram indiciados no inquérito policial que apura a morte do lutador amador de boxe Jonas de Andrade Carvalho Filho, 34 anos. Ele morreu no último dia 24 ao passar mal durante luta clandestina em uma academia na zona Norte de Teresina.
Até o momento, foram indiciados um lutador, que também teria atuado na organização do evento, dois enfermeiros, uma fisioterapeuta e um radiologista.
"Essas pessoas que foram indiciadas alegam que foram assistir ao evento e na hora tentaram socorrer a vítima. Acontece que no evento não tinha nada regular. Tudo indica que eles são amigos do que promoveu o evento, estavam assistindo e estavam em um local que não era para estarem e aconteceu uma morte. Qualquer festa que não tenha autorização do órgão competente, se tiver alguém da saúde, vai responder e a pena é majorada. É um crime contra a saúde pública", explica o delegado Menandro Pedro, chefe da investigação.
Foto: arquivo Cidadeverde.com
Ele destaca que o inquérito policial é robusto e aproximadamente 20 pessoas serão ouvidas. A empresária da vítima, o lutador adversário no combate, além do organizador principal do evento ainda vão prestar depoimento.
Menadro Pedro reitera que a luta de box era clandestina.
"No local não tinha documento de nenhum órgão, seja da prefeitura, Governo do Estado, federação de box. Fizeram um evento, colocaram 300 pessoas com pulseira, cobrando R$ 10, transmitiram ao vivo, bebida alcoólica pra vender de todo o tipo. Tudo irregular!", pontua o delegado.
O lutador Jonas de Andrade passou mal ainda durante o combate. Ele chegou vivo ao hospital com um quadro sugestivo para traumatismo craniano.
"A médica disse que o paciente chegou em estado gravíssimo. Logo, procederam aos primeiros socorros, foi aplicado soro, adrenalina, intubou, fez massagem. Tudo o que era possível foi feito. Mas ele já chegou com todas as características de traumatismo craniano. Na primeira parada conseguiram reanimá-lo, mas na segunda, ele não resistiu", relatou o delegado.
A Polícia Civil ainda aguarda o resultado de exame cadavérico.
Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com