Ao não usarem máscaras publicamente, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello dificultam a vida do próprio governo na CPI da Covid, reclamam líderes governistas em conversas reservadas com o blog.
Segundo eles, isso reforça a acusação de que o Palácio do Planalto minimiza a pandemia do coronavírus.
Logo depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconquistou seus direitos políticos no Supremo Tribunal Federal e apareceu em um pronunciamento usando máscara e defendendo a vacinação, Bolsonaro passou a usar a proteção em aparições públicas.
Mas, aos poucos, voltou a circular sem máscara de novo, como nesta segunda-feira (26) em viagem à Bahia (e como no vídeo abaixo, no último dia 17, em visita a Goiás).
O pior, de acordo com líderes governistas e também assessores presidenciais, é o ex-ministro Pazuello, porque ele irá depor na CPI.
Neste fim de semana, Pazuello foi flagrado em um shopping em Manaus circulando sem máscara, um comportamento classificado de inadequado por assessores presidenciais.
Segundo eles, o ex-ministro está provocando a CPI da Covid, o que torna mais complicado o depoimento à comissão.
A CPI da Covid será instalada nesta terça-feira (27) no Senado Federal. Serão eleitos o presidente e o vice-presidente e designado o relator. O governo é minoria entre os 11 titulares. São quatro governistas e sete independentes e da oposição.
Com isso, o senador Omar Aziz (PSD-AM) deve ser eleito presidente e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido de criação da CPI, o vice-presidente.
Em seguida, Omar Aziz, conforme o acordo entre os sete senadores independentes e da oposição, deve indicar Renan Calheiros (MDB-AL) como relator.